Almir de Castro Neves Filho, Formatura em 1979.
Curso de Especialização em Medicina e Segurança do Trabalho – Universidade Gama Filho;
Residência Médica em Pediatria – Instituto Fernandes Figueira, Fiocruz, MS. Mestrado em Saúde Pública – Universidade Federal do Ceará. Doutorado em Pediatria – UNIFESP. Atual doutorando em Saúde Coletiva – Universidade Federal do Ceará.
Professor de Pediatria e Medicina do Adolescente – Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará. Médico da Unidade de Cuidados Semi-intensivos do Hospital Infantil Albert Sabin – Secretaria de Saúde do Estado do Ceará.
Pergunta 1 – Prezado Dr, como é a sensação de ter vivido intensamente essa história de construção da Associação participando desde 1979 dos bons/maus momentos da nossa FMV ?
Participei da construção da Associação ainda como aluno do último ano, muito entrosado com as pessoas que estavam à frente dessa iniciativa. Sou da turma formada em 1979, e mantínhamos ótimo relacionamento com pessoas das turmas dos dois anos anteriores, onde se situavam a maioria dos organizadores dos eventos de encontros da associação. Fui muito à Valença até 1984, enquanto ainda morava no Rio de Janeiro. Mudei para Fortaleza em fevereiro de 1985, e aí passei a frequentar a cidade durante os encontros de ex-alunos, com registro de apenas 1 falta (livro de ata) em todos esses anos.
Durante os “anos difíceis” de nossa faculdade, apreensivo, acompanhei de longe o desdobramento das preocupantes inspeções do MEC, as restrições impostas, a possibilidade iminente de fechamento das portas e o fundamental e fantástico envolvimento da Associação de Ex-alunos. Era muito difícil não poder contribuir presencialmente, e na época não existiam os recursos de comunicação midiáticos e instantâneos que estão disponíveis hoje.
Pergunta 2 – Atlética: Prezado Dr, durante todos esses anos de brilhante atuação profissional, qual sua melhor lembrança de sua vida acadêmica na FMV? O que te faz sorrir ao lembrar de Valença?
Lembro que era péssimo aluno nos primeiros anos. Na realidade, isso se arrastava nos anos anteriores e foi uma surpresa a minha aprovação “de primeira” no vestibular. Estava mais preocupado em jogar futebol (era jogador profissional de futebol de salão do Fluminense) e compor e tocar violão (participei de todos os festivais de música de colégios do Rio em 1973). Escapei de várias reprovações, e mesmo de jubilamento no 2° ano – era habitual frequentador de exames de 2° época e dependências de disciplinas básicas.
Não sei se fazia parte de uma espécie de “mau humor” inicial em relação à Valença. Quase todos os calouros falavam em transferência no início do curso, e eu também batalhei por ela. Na medida em que as relações sociais foram se estabelecendo, amizades se formando longe de casa, campeonatos, festivais de música, o acolhimento de alguns professores nas situações acadêmicas complicadas que vivi, o vínculo foi se formando, forte e definitivo.
É interessante lembrar que chegamos em Valença na última etapa da nossa adolescência, ou seja, vivendo a formação da identidade, a eleição de prioridades na vida, a separação dos pais, a preocupação com o futuro, coerência maior entre as ideias e as ações, necessidade de privacidade e respeito pelo espaço de cada um (morar em repúblicas!), gerir o próprio dinheiro, o desenvolvimento de relações mais voltadas ao amor e ao carinho, etc.
Pergunta 3 – DA: Tendo em vista sua assiduidade nos eventos que dizem respeito a Faculdade de Medicina de Valença, é possível concluir que esta instituição marcou sua vida. Gostaríamos de saber qual o maior aprendizado que o Sr levou da graduação pela FMV.
Durante os anos que vivi em Valença, assisti a vários percursos de vida de colegas e amigos com a condição muito mais complicada que a minha. Presenciei verdadeiros dramas nas relações que se estabeleceram, a perda de colegas por motivos variados, movimentos revolucionários, rompimentos traumáticos, vínculos lindos se formando com solidez (alguns para sempre), e muitas outras situações muito marcantes. E estávamos em tempos de ditadura, é bom lembrar. Acredito que tenha desenvolvido tolerância e capacidade de análise crítica.
O Encontro de ex-alunos da Faculdade de Medicina de Valença, que eu saiba, é inédito na forma como funciona. Há 42 anos todos sabem que em algum final de semana do 2° semestre, salvo uma única e excepcional exceção (pandemia), durante 3 dias a festa acontece em qualquer circunstância e sob quaisquer condições. Pessoas privilegiadas, por fazerem parte desta história, abandonam suas preocupações e rotinas, pegam a estrada e dedicam-se à felicidade.
Amigo querido, profissional exemplar e ser humano de imenso valor!
Você conseguiu resumir o meu sentimento nas suas respostas. Prossiga sempre no seu ideal e sensibilidade com muita saúde e incentivo!
Silvinha, amiga querida, você, como sempre, muito gentil.
Almir, sua entrevista mostra um pouco do que fomos em Valença e o convívio de carinho que mantemos até o dia de hoje.
Você é um amigo brilhante profissionalmente e todos nós te admiramos.
Obrigado
Meu querido colega, sua entrevista foi excelente, aliás como tudo que gira ao seu redor. Saudades de nossos encontros em Valença, Rio ou Fortaleza nestes 47 anos de amizade!
Mais uma bela entrevista . Parabéns Almir pela expressiva colaboração à Associação!!!
Grande Almir , amigo de muitos anos e de muitas historias desde a “nossa ultima etapa da adolescência” ,perfeito. , Maravilhosa entrevista. Saudações Valencianas
Almir. Gostei da sua fala. Você me representa. Um abraço.
Almir, você foi um vencedor, superou seus problemas e hoje realizado seu tornou mais um abnegado por nossa Valença! Parabéns pelo seu sucesso! Abração!
Almir, você foi um vencedor, superou seus problemas e hoje realizado seu tornou mais um abnegado por nossa Valença! Parabéns pelo seu sucesso! Abração!